quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Assinado Eu [2]

Postado por Camilla Fernanda às 13:19 7 comentários
Tenho asco de qualquer coisa ligeiramente boa que acabe. Uma angústia eterna de despedidas. Principalmente daquelas em que nada foi dito, onde o adeus fica subentendido em um "já tô indo'. E o coração ali, lendo um ADEUS e jurando que da próxima vez vai se entregar primeiro a DEUS, antes de qualquer coisa, ou pessoa.
O rosto esquenta e as mãos gelam. Reações fisiológicas de uma menina de lata, que insiste em levar ao pé-da-letra a frase:  
"Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink." [Caio F. Abreu]
 Eu peço um drink pra tentar lembrar o porque de ter enxergado promessas subentendidas no teu 'por causa de tu ' quando eu perguntei o motivo de você ter voltado. Apesar de saber que nunca fui eu o motivo, fui fingindo acreditar, até que esqueci o roteiro e acreditei.
Constrangida em ser tão boba, tento chorar pra descarregar toda a raiva da vida. Mas as lágrimas não descem. Não é indiferença, eu só entrei naquela de sentir a dor dos olhos pra dentro e não sei mais como sair. 
Ando tentando viver a leveza que é não se importar. No meu caderninho mental de frases, tem uma do Dr. House que diz: "É fácil quando você não se importa". Queria poder usá-la agora. Mas se eu realmente não me importasse não perderia meu sono, nem minha tranquilidade, não escreveria porra de texto nenhum e muito menos soltaria um palavrão sem motivo. É tudo descarga. Minha maneira de expressar o que a vida me ensinou a esconder.
Ainda assim é bom que fique claro, registrado e bem dito que mesmo sem choro, nem vela, dói.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Nadinha,Zé

Postado por Camilla Fernanda às 00:39 2 comentários

"Mas to me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, to só obedecendo todo mundo [...]Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada. Nada [...]Nadinha. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa.
[...]Todos são outros. Porque o de verdade, Zé, o de verdade não existe. A gente chora, escreve lá umas poesias profundas, chora, mas um dia a gente acorda e descobre que esse aí não existe não [...] Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada. Nadinha, Zé."


Tati Bernardi


 

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