Tenho asco de qualquer coisa ligeiramente boa que acabe. Uma angústia eterna de despedidas. Principalmente daquelas em que nada foi dito, onde o adeus fica subentendido em um "já tô indo'. E o coração ali, lendo um ADEUS e jurando que da próxima vez vai se entregar primeiro a DEUS, antes de qualquer coisa, ou pessoa.
O rosto esquenta e as mãos gelam. Reações fisiológicas de uma menina de lata, que insiste em levar ao pé-da-letra a frase:
"Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink." [Caio F. Abreu]
Eu peço um drink pra tentar lembrar o porque de ter enxergado promessas subentendidas no teu 'por causa de tu ' quando eu perguntei o motivo de você ter voltado. Apesar de saber que nunca fui eu o motivo, fui fingindo acreditar, até que esqueci o roteiro e acreditei.
Constrangida em ser tão boba, tento chorar pra descarregar toda a raiva da vida. Mas as lágrimas não descem. Não é indiferença, eu só entrei naquela de sentir a dor dos olhos pra dentro e não sei mais como sair.
Ando tentando viver a leveza que é não se importar. No meu caderninho mental de frases, tem uma do Dr. House que diz: "É fácil quando você não se importa". Queria poder usá-la agora. Mas se eu realmente não me importasse não perderia meu sono, nem minha tranquilidade, não escreveria porra de texto nenhum e muito menos soltaria um palavrão sem motivo. É tudo descarga. Minha maneira de expressar o que a vida me ensinou a esconder.
Ainda assim é bom que fique claro, registrado e bem dito que mesmo sem choro, nem vela, dói.
O Deus das avencas
Há 2 anos