Mandei uma mensagem de emergência, daquelas que você só manda pra quem tem o poder de te salvar, e nem foi preciso pensar pra saber a quem recorrer, depois de tantos anos de amizade os dedos já estão treinados pra clicar no número certo.
E eu enviei um ‘tu tá ocupada hj? Vamos sair? ’ pra disfarçar o ‘Não tô bem, ME SALVA amiga!’
E ela entendeu. Mesmo que inconscientemente, eu sei que ela entendeu. E eu enfrentei mais de 1h de engarrafamento, em um ônibus lotado, sem nenhuma música pra servir de anestesia e fui lá. Pra sentar na calçada, comer baguete e tomar River, como nos velhos tempos. Pra conversar sobre qualquer coisa e fazê-la sorrir com as minhas besteiras. E aleatoriamente desabafar, dizendo que tá doendo, mesmo eu tendo dito que não iria.
Eu falei que eu sei o que eu quero e que eu não quero isso, seja lá o que isso for e ela disse qualquer coisa que me fez sentir paz. Acho que disse que eu mereço ser feliz e que eu estou bem mais próxima disso do que ele. Citou uma frase de filme, como é de costume e me colocou de volta nos trilhos.
Disse também que viver na superfície das coisas é atitude de quem tem mágoa da vida. E elogia o fato de eu nunca me zangar com nada. Eu digo que não é bem assim, mas que ser adulto é aprender a deixar as coisas pra trás. Ela diz que eu sou madura e pede que eu ensine como se faz isso. Sem saber que eu só segurei a barra todas às vezes, porque ela tava ali pra me proporcionar momentos iguais a esse.
Depois de algumas horas, eu volto pra casa. Sem lembrar o motivo que me fez pedir socorro subliminarmente. Mas tendo a certeza que se eu cair de novo, ( por amor, cachaça ou medo) eu tenho o melhor reboque do mundo pra me levantar.
2 comentários:
O que seria da paixão, com seus rompantes de céu e infernos, sem a amizade que lhe serve de escora e de âncora?
Nem preciso dizer que amei né?!
Tem amigo que é melhor que irmão.
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